Vou usar um exemplo muito elucidativo de um bebê que se recuse a dormir no berço e acaba atrapalhando muito a sua vida, a dos seus pais e dos outros que estiverem ao redor. Um bebê com dias de nascido mamou? Arrotou? Tem que dormir. Se a mãe, ou substituta, deixa-o no colo até adormecer, ele aprende que lugar de dormir é no colo. Quando a mãe põe o bebê na caminha, berço, onde for, ele chora. Então a mãe pega de volta no colo até dormir. O que o bebê aprendeu? Que lugar de dormir é no colo e berço não é lugar para ficar. Para o bebê é mais gostoso ficar no colo do que no berço. Ele quer o mais gostoso, pois assim aprendeu, e não o mais adequado que é dormir. Quando o bebê dorme no berço seu sono é mais tranquilo, sem movimentações nem sacolejos, portanto mais fisiológico, que é o que ele precisa. Acorda melhor, pois ele desperta antes. No colo ele é acordado sem se despertar, portanto o sono é interrompido.
Pais que não exigem respeito dos seus filhos, ensinam a eles que autoridades não precisam ser respeitadas e muito menos os professores que lhes são chatos diretos. Chatos porque não os deixam fazer o que quiserem e na hora que tiverem vontade.
Pais que não ensinam aos filhos os sentimentos de gratidão, de pedir permissão, de pedir favor não aprendem a necessária cordialidade que magicamente movimentam as pessoas: “com licença”; “por favor” e “obrigado”.
Pais que não cobram dos filhos as suas obrigações caseiras não vêem motivo para ter que estudar mesmo que seja por obrigação.
Com estas 3 atitudes, os pais financiam a ignorância e não o aprendizado, além de se tornarem indisciplinados e arrogantes. Por que iriam eles respeitar os professores? Estes são os primeiros a terem que ensinar o que os pais não ensinaram, inclusive como se comportar na escola. A escola não pode nem deve se submeter às indisciplinas dos seus alunos, pois ela é a segunda oportunidade para educar estes alunos.
É quase natural que os alunos se rebelem contra a escola, como rebelariam contra qualquer outra regra ou norma que tivessem que cumprir seja onde for: no trabalho, no clube, no casamento, na grande família, com os próprios filhos etc.
O que a escola poderia fazer é formar uma parceria com os pais, através de uma convocação para que estes fossem orientados a cobrarem resultados dos seus filhos em vez de ficarem mimando e querendo adaptar as escolas às inadequações dos seus filhos.
Assim como os pais ensinam o recém-nascido que o berço não é lugar para se ficar e dormir tem que ser no colo deles, são os pais que ensinam que escola não é lugar para os filhos aprenderem e que os professores não merecem ser respeitados nem obedecidos. Dificilmente um aluno vai se tornar disciplinado somente pelo esforço dos professores e, pior ainda, se os pais reforçam a indisciplina em casa.
2 comentários:
Eu agradeço muito por esta publicação, tenho passado algumas situações muito desagradáveis e apesar de saber de tudo isso, comecei a duvidar, em função da rejeição de algumas crianças, que se recusam a obedecer quando estão em presença da estagiária, falam alto, e tentam ignorar meus pedidos, pois a mesma a principio não explicava, fazia as atividades, conversa com a criança enquanto estou explicando, faço agrupamentos mas ela insistentemente procura as mesmas crianças. Desta forma elas deixam de evoluir na leitura e escrita, atrapalham todo o andamento do trabalho e causam um terrível extressse. E não querendo magoar a estagiária, termino perdendo a linha com as crianças. Fico esgotada, e abaixo a produtividade. Vocês não tem idéia de quanto sou grata.
Diante de uma situação de agressividade, que pode ser vista como negativa, no entanto é uma forma de expressar comportamento e é sim uma maneira positiva da criança apresentar seu estado emocional, que refleti sua situação familiar e na escola é maneira de adaptação, resta o processo acessar seu olhar afetivo para contornar esse momento tão difícil para ambas as partes. A escola juntamente com o psicólogo escolar diretamente atua nesta situação juntamente numa tríplice ESCOLA-ALUNO-FAMÍLIA.
Postar um comentário
Não saia sem deixar o seu comentário!